Igrejas de portas fechadas são museus, alerta Papa Francisco
Na Catequese do dia 9 de setembro de 2015, Francisco destacou a necessidade de reavivar a aliança entre a família e a comunidade cristã
Em sua reflexão, o Pontífice recordou que a família é o local da nossa iniciação na comunidade, na história da Igreja que caminha com o seu povo. “O próprio Jesus aprendeu a história humana percorrendo este caminho”, destacou.
Quando deixou Nazaré e começou a vida pública, Jesus formou em torno de si uma comunidade, uma “assembleia”, ou seja, uma convocação de pessoas. “Este é o significado da palavra ‘igreja’”, explicou o Papa.
Portas abertas
“Nos Evangelhos, a assembleia de Jesus recebe a forma de uma família acolhedora, não de uma seita exclusiva. Jesus não deixa de acolher e falar com todos. É uma lição forte para a Igreja!”, prosseguiu.
Por isso, o Papa considera “indispensável e urgente” reavivar esta aliança entre a família e a comunidade cristã. Para Francisco, uma Igreja realmente segundo o Evangelho só pode ter a forma de uma casa acolhedora, sempre com as portas abertas.
“As Igrejas e as instituições com as portas fechadas não devem se chamar igrejas, mas museus!”, expressou o Papa, que definiu esta aliança “crucial” contra os centros de poder ideológicos, financeiros e políticos. Pelo contrário, as comunidades devem se tornar “centro de amor”, centros evangelizadores repletos de calor humano.
Fé generosa
Para isso, é necessário uma fé generosa para reencontrar a inteligência e a coragem de renovar esta aliança. “As famílias às vezes hesitam”, constatou Francisco, dizendo que não estão à altura devido a fraturas, incapacidades, problemas ou desânimo.
“É verdade. Mas ninguém é digno, ninguém está à altura, ninguém tem forças! Sem a graça de Deus, não poderíamos nada. Tudo nos é dado gratuitamente. Se nos colocarmos em suas mãos, Ele nos faz realizar milagres.”
Naturalmente, continuou o Papa, também a comunidade cristã tem que fazer a sua parte. Por exemplo, tentando superar atitudes demasiado funcionais, favorecendo o diálogo interpessoal, o conhecimento e a estima recíproca.
“As famílias têm que tomar a iniciativa e se sentirem responsáveis de oferecer seus preciosos dons à comunidade. A família e a paróquia devem realizar o milagre de uma vida mais comunitária para toda a sociedade.”
Ao saudar os grupos presentes na Praça, o Papa citou os brasileiros provenientes de Santo André e de São Caetano do Sul.
Fonte: cancaonova.com